terça-feira, 22 de abril de 2008

Resumo: Configurações empíricas da pesquisa em comunicação e cibercultura, de Sivaldo Pereira da Silva.

O autor começa o artigo falando do crescente campo de estudos a respeitos das variadas implicações das Tecnologias da Informação e Comunicação(TICs), tais como sua aplicação e sua relação com a sociedade e com os outros meios. Com a tentativa de elaborar um quadro de análise sobre as atuais configurações metodológicas dos estudos empíricos em cibercultura, ele divide o texto em três tópicos: 1.0 Um breve olhar sobre uma trajetória; 2.0 Identificando principais abordagens empíricas e 3.0 apontando vetores-chaves.

No primeiro tópico, Sivaldo traça um breve panorama a respeito dos estudos em cibercultura nos últimos 15 anos, período do seu maior crescimento e da sua consolidação; fato ligado sobretudo ao ciclo de vida, proposto como modelo para as diversas mídias, que a internet viveu: (1) invenção técnica; (2) penetração; (3) crescimento; (4) maturidade; (5) auto-defesa; (6) adaptação.

Nesse sentido ele percebe três idades dos estudos da internet. A primeira, com ápice até meados da década de 1990, estaria ligada ao contexto de transição da Internet do uso acadêmico para a sua abertura comercial; suas análises seriam idealizadoras quanto às potencialidades e horizontes desse meio e estariam mais tendenciosos a suposições, prognósticos ou até mesmo ao futurismo. O segundo período, compreendido entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, a possível identificar a consolidação do ciberespaço como um ambiente de conexão pública e também como objeto de pesquisa empírica de fato; Nota-se ai uma busca dos pesquisadores em catalogar tal expansão. Por fim, a terceira fase estaria em curso desde os meados desta década, tendo como principal característica uma maior maturidade metodológica.

Na segunda parte, o texto descreve os principais tipos de abordagens metodológicas que seriam: 1) Abordagens de teor cartográfico, seriam pesquisas direcionadas ao mapeamento dos elementos existentes da rede (ou subjacentes a ela); 2) Abordagens de teor opinativo, que seriam as sondagens de opinião com fins de coleta e análise de dados; 3)Abordagens de teor focal, seria o estudo de grupos específicos para extrair dados sobre as características de comportamento, formação de opinião ou imaginário desses usuários a partir dos processos de comunicação on-line; 4) Abordagens de teor textual, que se concentra nas significações, nos mecanismos de funcionamento e encadeamento cognitivos do conteúdo e na sua textualidade. 5) Abordagens de teor comparativo, é a análise comparativa, tanto dos elementos internos relacionados as TICs, quanto da relação que elas se estabelecem com as outras mídias e com os seus usuários. Apesar das suas diferenças, num mesmo estudo podem ser utilizadas mais de uma forma de abordagem.

No terceiro tópico do texto são apontados os nós metodológicos, que seriam componentes mais centrais dos processos de comunicação no ciberespaço; um estudo mais aprofundado sobre esses itens ajudará a refinar e reforçar os alicerces da pesquisa. Esses vetores-chaves, como chama o autor, estão divididos em 1) o design, que seria a linguagem visual tem sua importância no fato deste desenho técnico delimitar a potencialidade comunicativa deste meio; 2) o conteúdo, que seria a estruturação lógica ou simbólica da mensagem através de determinadas linguagens, está ligada aos efeitos sociais e cognitivos do processo de comunicação; 3) a apropriação, que estaria ligada ao fenômeno da recepção, que pode acontecer de forma distinta para usuários diferentes, apesar da transmissão de um mesmo conteúdo; 4) o fluxo comunicativo, que seria a configuração de um dinâmica estabelecida pela confluência entre canais técnicos, conjuntos de conteúdos e apropriação pelos seus usuários.

Por fim, o autor reforça sua intenção na produção do artigo; a importância em estabelecer um quadro que identifique possíveis fases de tais estudos, enumerando os principais tipos de abordagem metodológica e ressaltando os principais pontos que devem ser levados em consideração para a pesquisa empírica a respeito das TICs.

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