terça-feira, 25 de março de 2008

Resumo de Comunicação social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos

Texto de Guillermo Orozco Gómez trabalhado na sala de aula em 25 de março de 2008

O pesquisador da área de recepção televisiva, Guillermo Orozco Gómez, faz uma introdução questionando a tensão entre as visões tecnocêntrica e sociocêntrica dos demais estudiosos da área de comunicação tecnológica. Aborda que o conceito da visão de Castells (1998) que essa tensão foi extinta é, no mínimo polêmica, e em sua concepção errônea. Apesar da grande evolução tecnológica da comunicação, não deve haver a extinção da interação entre os seres sociais. Ocorrem mudanças e rupturas na comunicação social, com alteração nas “figuras de razão” (Martín-Barbero – 2000), que evocam novos conceitos como sujeito-rede como evolução dos sujeito-audiências. Essas alterações trazem ainda destempos – verificados nas escolas quando alunos já estão à frente dos professores e do movimento zapatista no México que alcançou a projeção com a utilização das novas tecnologias. Livros e escolas deixam de ser base primordial para a construção intelectual de crianças e adultos, tendo que conviver com outras fontes de informação, como rádio, televisão e internet.

Ainda que hajam tais alterações, são mantidos alguns aspectos como a sociabilidade das informações e até a própria ritualidade na absorção de alguns conceitos-chave e também exposição às mídias. As mediações realizadas pelos media alteram consideravelmente seus próprios papéis, transformando-os no mesmo tempo em que se formam enquanto media.

O esquema POVO => MASSA => REDES serve para apresentar de maneira simplória uma determinada evolução da reflexão do que viria a ser a audiência. Não temos apenas consumidores, temos também potenciais produtores de informação, uma dinâmica típica de redes conectadas que se alimentam, algo similar ao processo autopoiético. O dinamismo apresenta aspectos positivos que, segundo Orozco Gómez, acabam por superar suposições negativas. O que se discute é a autorização para que determinados agentes sejam considerados realmente válidos para produção/ veiculação de informação. Apesar da redução da segmentação da chamada audiência ocorre a formação de redes sociais de permuta de dados/informação que contribuirá tanto para a sociabilidade do acesso quanto para a produção.

Um exemplo utilizado é a formação (ou des-informação) do conceito de tempo para crianças. O “tempo móvel” citado poderia dificultar a assimilação do que é tempo entre crianças sem background intelectual. Seriam desordenamentos educativos, que não necessariamente são negativos, já que substituem o aprendiz imitador pelo aprendiz explorador.

Mesmo que alguns pesquisadores insistam em apresentar um excesso de tecnocêntrismo, é passível de comentário a discordância do autor com relação à substituição da tecnologia por completo após o surgimento de uma nova. Há uma evolução gradual que deve ser aproveitada nos instantes de aprendizado, gerando um melhor rendimento dos potenciais das tecnologias e também dos próprios aprendizes.

Palavras-chave: comunicação, tecnologia, sujeito-rede, tecnocentrismo

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